segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011









talvez eu tenha errado. há erros entre erros.
Maybe I had said, something that was wrong.
Era uma terra sem fim. No horizonte apenas o sertão empoeirado de tristezas e solidão. - Todas as marcas podem ter um fim. Em pedras pisei, bebi o sol quente e afoguei o calor com ternura nos braços morenos de meu eu. Eu fiz de tudo para acolher o sertão, domá-lo, acordá-lo, amá-lo.

Acordei com o frio da noite. - O frio do sertão é o mais forte, o mais gélido e, para alguns, o melhor.
Esquentei no cobertor e no travesseiro alguns pensamentos. A noite nunca foi tão sozinha quanto aquela, na varanda dos 100 anos e na vontade de ter algo por perto. O sertão tem grandes belezas, grandes ternuras e não somente sofrimento.

Você se aproximou do sol, do frio, de mim e ficou.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que se passa, pode não ser real. É. Eu aprendi a não demonstrar minhas vontades, e estou bem assim. As vezes, me escondo em abraços, em livros e cigarros. Mas, o meu eu grita, queima, sufoca e desanima. Eu vou gritar, lutar pra quê? Se para mim a guerra já foi perdida. Não sou Deus nem muito menos troiano para inventar outras formas de ganhar. Admito meu ego, mas o amo ao mesmo tempo. Acho que sem ele eu estaria perdido e menos valorizado. Eu tentei, fiz de tudo, lutei, busquei e pra quê? Acho que o meu eu é um ser afável longe de qualquer crítica, porque ele é que nem o seu, que nem o dele, que nem o de todo mundo... apenas se protege para não sofrer.

domingo, 13 de novembro de 2011



Eu te vi no meu espelho. Vi que as lembranças ainda continuam no ar quente da água morna. Vi teus passos em meu tapete, minhas, tuas, nossas roupas jogadas na sala. O que é, o que foi que.. a tua presença ainda continua tão temível e ao mesmo tempo esperançosa. O que foi? O que os carros me dizem, parados em um mesmo lugar? O que tantos pássaros brancos passam, param, pousam sobre mim. O que parece ser fácil, se torna confuso. É preciso um dicionário para ler tantos adjetivos, tantos substantivos do verbo amar.
Ontem eu fiz festa. Da comida à bebida. Tua presença estava ali, sobrepondo meu ar de esquecimento, dando à ele uma angústia silenciosa no meio de tanto barulho. No final de tudo, tantas garrafas, tantas latas, tantos maços e fiascos de cigarro. No final, eu.

sábado, 5 de novembro de 2011


Porque que o ser humano é tão tolo? Fútil, desprovido de qualquer ação bondosa? Há anjos escuros por todo lugar. Há tantos demônios escondidos em pensamentos que nos fazem de loucos, e mais loucos ainda são aqueles que nos dizem pra não acreditar. Sim, eles existem! Essa afirmação não é comercial de igrejas evangélicas, muito menos de ceitas demoníacas, basta olhar para um passante e verá em sua essência o demônio escondido atrás da pele. Uma distância que não se assume, como um relógio parado marcando uma mesma hora. E AÍ? QUE HORAS É O TREM? Há noites bondosas, há noites solitárias e há noites de terror. Frustrações em golpes de machado, família desgovernada e um abismo de mil metros. A sorte que para quem já caiu, cair de novo é um puro divertimento.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hoje, em plena terça feira, muito distante do barulho da mesa, fui na praia: lavei os pés, vi passantes e pensei em tanta coisa que me fez bem. E, em algum momento, eu pensei que estivesse "estancado" no meio do percurso, olhei pro horizonte e pensei: Pow, eu posso chegar lá. Com muito esforço e foco, chego. Olhei pra trás, na mesa alguns, e voltei olhando com outros olhos aqueles que me fazem bem. Abracei-os, e disse um obrigado que ninguém entendeu o por quê daquele obrigado.

Minha vida é outra. Meu foco é outro. Meu futuro será outro, e mais promissor do que é hoje. Esse é minha vontade, que irei conquistar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

e toda saudade é bem vinda. toda lembrança, todo carinho, todos os momentos. tudo pra sempre
Hoje.. Hoje a sexta é de casa, de livro e escrita. Só assim melhora.
Há uma vontade grande, tão grande a ponto de se tornar desejo. Chegando num ponto culminante, me devastando de tão forte e desesperador, e,
finalmente, posso vê-lo rodeado de mãos desprovidas de manual. Eu sei o toque. Eu sei o manual, eu sei como te levar. Vá. Veja os vários caminhos, sequênciados de minha presença pelos cantos dos dias. Não tenho histórias contadas, nem tão pouco rebuscadas, sou apenas mais um errante, correto de minhas percepções.
Jogue sua vontade em cada porta aberta, mas veja que nem todas as portas podem te levar para o caminho certo. A minha sim. Vejamos que, nem tudo acontece como deveria acontecer, e que nós é que podemos mudar cada ação, cada fator determinante.

Eu bebi por você, me embriaguei sozinho em um bar da vida, rodeado de pessoas felizes, mas e aí? Veja, no fundo daquele bar, alguém perdido que caminha sozinho, e que aprende com sua própria solidão.

Ela o conforta. Ela o ensina. Ela o mata. E então, o passado retrocede, no ponto zero e não estarei envolvido, mesmo com esforço para ser livre. É inútil. Virei uma figura de linguagem esquecida, cada gota do mar é um oceno inteiro, cada dor é meu tormento.

Eu bebi por você, me embriaguei sozinho em um bar da vida, rodeado de pessoas felizes, mas e aí? Veja, no fundo daquele bar, alguém perdido que caminha sozinho, e que aprende com sua própria solidão.

Eu estou disfarçado de alguém que sempre consegue o que quer. Eu não entendo porque o tempo vem tão devagar, há uma linha na qual eu fico bem atrás. Longe de tudo. Longe de todos. Longe de mim mesmo. Fugindo, buscando em coisas que não se explicam e o que vem delas não há respostas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tudo parece estar errado. Está, e eu tenho que viver assim. Tudo de ruim aconteceu durante alguns meses. A casa, o mundo, minha vida.. tudo se foi repentinamente. Me pergunta se tem graça. Agora. Não. Saio de casa pensando em não sair. A cura? Minhas cervejas, meus cigarros e .. amigos? Alguns, aliás, poucos.. quase nada. Mas a vida é assim, ela nos surpreende de boas e más notícias. Fatos que eu presenciei e não quero mais ver e nem ouvir. Há novos caminhos pra percorrer, outros destinos para ir, e outras vontades que eu posso conquistar. Mas, agora o que eu quero mais é me manter distante de tudo. É como um dia clarice citou: " Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.".

Eu tô num momento só meu. Escondido das minhas expectativas, das minhas frustrações, de tudo aquilo que me fez bem, e de tudo aquilo que eu fiz de mal. Problemas, soluções, difíceis soluções. Acho que manterei distância de mim mesmo, mas sem deixar de pensar que meus problemas são a base para o meu "melhor".

Quero ir embora, vou embora, pra bem longe e mais perto de mim mesmo.
morreu. pra nunca mais voltar. nunca mais. nunca mais voltar.
as pessoas as vezes se acham tão limpas e não enchergam verdadeiramente os seus próprios pés, cheios de lama, que acabam sujando outras pessoas de raiva, rancor e decepção. que decepção. mas decepção as vezes é bom, a gente aprende com ela a se importar menos e olhar que: não vale a pena ficar assim.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu não levava muito a sério aquele lance de "tem coisas que vem para o bem". Achava tudo aquilo uma besteira, um jogo para não tentar. Mas aí que eu comprovei esses dias que é verdade; E que vou levar para o resto da minha vida. Eu to começando aprender que nem tudo é como parece ser, que as pessoas se moldam para fingir aquilo que não são. Eu também posso ser assim, aliás, eu tento ser o melhor para agradar os outros, diferente de alguns que fazem pior, questionam mais e no ato, são tremendos covardes de si mesmos. Eu conheci verdadeiramente algumas pessoas e vejo como elas são. Putos corretos, mulheres vagabundas... Aquele lance de se enganar, saber que é um(uma) merda e julgar os outros pelos seus próprios defeitos.
Mas, o pior de tudo, de todos os meus defeitos, é que eu ainda gosto e sofro calado, em alguns cantos, fingindo estar bem. Agora estou me educando para desgostar... Infelizmente. Que seja feliz, e que a minha felicidade venha branda, sem pressa, mas também sem demora.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

The Past Recedes
John Frusciante

And then the past recedes
And i won't be involved
The effort to be free
Seems pointless from above
Yor're looking down at' me
I'd rather stay below
Than have you staring up at me
Is nowhere I want to go
Ay, this business of how long we try to stay alive
Why to be here you've first got to die
So i gave it a try
And what do you know
Time was so long ago
And thinks come back you see
To where they don't belong
And every drop of sea is the whole ocean
I lied to the greatest thieves
About anything and everything
I'm a figure of forgotten speech
I'm our of reach
I can't play it safe
But i might just in case
I'm disguised as a reaching hand
I'm working man
I'dont understand why clockout
Comes so slow every thome
That's one line i stay right behind

domingo, 25 de setembro de 2011

A gente se finge de rocha. se finge de espelho, de felicidade e fortaleza. A gente finge a mentira. A saudade é transparente ao ponto que eu queira deixá-la ser, e as vezes me parece tão sufocante que eu escrevo para ninguém ler, nos meu tormentos, nas minhas chances perdidas, nas besteiras que ocorreram e num futuro totalmente incerto. Hoje eu tô com desejo de saudade e que venha a presença do querer.. até amanhã, onde tudo termina e o teatro retorna.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011



sóisso
o sopro do que não foi, agora vai com um certo ar de certeza. vai pra bem longe, pra nunca mais voltar. no abuso dos meus sentimentos, o ego, a raiva, o ódio se lançaram no olhar fixo. agora, pra nunca mais. voe para bem longe, longe daquele ar

domingo, 11 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011


Andei. Eu andei por muito tempo. Conheci pessoas, animais, árvores. Conheci amores, ilusoes, enganei e fui enganado. Andei como nunca ninguém jamais andou. Amei um amor não amado. Amei um amor enganado. Amei um amor cego. Amei a mim, amei a ti, amei eles.
Eu andei na estrada de poeira, de chão batido, de esfalto ralo, de areia quente... mas andei. Andei sem pressa, sem tempo, com vontade. Andei até chegar, olhei pra trás e decidi não voltar. Eu andei na tua vida, fiz uma casa, um lar meu e teu. Saí. Plantei semente na vida de outros, colhi os frutos amargos da vida. Aprendi!

Eu andei por aí, com vontade de ser alguém, que nessa vontade aprendi que sou apenas um querer, porque quem sempre quer, nada se é. Eu aprendi que o amor não é fruta doce, nem tão pouco amargo... Ele é do tanto que você deseja, do tanto que você o faz, do tanto que você prepara.

Eu aprendi que nao sei nada, e quem diz saber muito... ... Voltamos ao começo.

Olhando nos olhos, a tristeza sempre é bela. Aprendemos só com ela, apenas com ela, o quanto é bom um pouco de alegria. Aprendemos a fartura de nossos risos, na humildade de poucas ações.

Foi-se entao a pureza mais solitária que um ser poderia ter. foi-se a sutileza das palabvras e a bondade em gestos calmos no toque frio de suas mãos. Foi o ser que eu conhecia e quem amei por alguns meses. Sempre destemido, sempre corrigido, sempre jovem e abestado. Foi pra longe e nunca mais voltou, na desgraça de palavras mal pensadas se escondeu na fumaça dos seus sonhos mal sonhados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

expectativas que se perdem com o tempo e que não voltam mais. toda dádiva certa para defender os mínimos resquícios de humanidade

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Foi-se a escrita mais áspera que eu já li. Foi-se a firmeza de um sangue meio que esquecido, mantido pelas indeferenças e pela distancia. Foi-se a autora de poemas e cronicas dos grandes pescadores, do Rio, de Fortaleza, do Brasil.


Escrevia, corrigia, falava que nao tava bem e mandava: reescreva. Fitando o horizonte, mergulhando nas preces da salvaçao e na frieza dos olhos que percebiam qualquer coisa.
Nao tínhamos contato proximo, tinhamos contato na escrita e nos desejos de lapis e papel.
E foi-se num repentino momento, nem a saudade, nem um adeus, apenas cartas e lembranças da mae de meu pai, minha avó Rita, que se foi hoje deixando apenas a escrita nos dedos de seu sangue.

Foi-se.

terça-feira, 3 de maio de 2011

pessoas que constroem vazios. vazios repletos de conteúdos solitários e abstratos. pessoas pálidas, sem sangue, sem ar, mecanicas ou manuais, dia noite, noite, tarde. controle remoto. vai e vem. pessoas controladas, pessoas ricas e pobres na moral.

que nem ondas, elas vao e vem. sempre as mesmas, grandes, médias ou pequenas os homens sempre sao os mesmos. pequenos, médios.. e pequenos.
o mundo ja foi o utero da sabedoria, hoje é apenas o escárnio da maldade alheia
.:.
Fez o sol nessa primavera tao linda, o ceu cinza se foi, a chuva passou, os tormentos, frio, barulho, trovao, clarao. O sol nasce, os passaros cantam, dia lindo, pessoas andando, criancas brincando, carros passando e no canto... bem no canto, na sombra de um lixo, um homem de 50 anos: esquecido, jogado, humilhado. O belo sempre esconde nos seus cantos o lado cinza dos dias claros. Os dias belos se foram, hoje, apenas, ilusao para aqueles falsos cegos, aqueles que nos chamamos de eu

quinta-feira, 28 de abril de 2011


Sonhos que se consomem a vazios repletos de vontades. Vazios presos a querer, a prazer e falta de coragem.
Vazios que sobrevivem atraves de mentiras. Só de mentiras.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As rendeiras de Canaan

A história de duas mulheres, mãe e filha. Rendeiras, artistas, que usam a arte da renda como forma de sobrevivência e terapia

Um trabalho produzido na disciplina de Projeto Experimental em Jornalismo Impresso

A história – No município de Trairi fica o distrito de Canaan , que está há 150 km de Fortaleza. A economia da cidade é basicamente da agricultura, pecuária, pesca e artesanato. A cidade concentra um grande número de rendeiras, profissão essa passada de pai para filho que ajuda na sobrevivência de suas famílias. A vida, como em grande parte do Brasil é difícil, principalmente para pessoas que trabalham com agricultura, como também, para aqueles que fazem renda.
Apesar das dificuldades que as rendeiras encontram na venda de suas peças ocasionado pelos baixos preços, elas continuam a praticar essa arte que sobrevive há milhares de anos por ser passada de geração para geração, como é o caso da senhora Maria Novinha Farias da Silva (1955) e sua filha Ana Maria da Silva(1972), ambas rendeiras.
O encontro - Nos encontramos no dia 19 de março de 2011. Era uma tarde quente, a cidade estava em festa, com muita música, orações e barracas com roupas e brinquedos. Nos dirigimos até a casa da senhora Novinha, já que, também além de rendeira ela ajuda o marido na produção de farinha. Sua casa é de difícil acesso, com estrada de barro, buracos e longe do centro da cidade de Canaan. Chegando lá, fomos bem acolhidos por ela e sua filha, a Ana Maria que logo já foi nos explicando sobre a renda na cidade.



Ana Maria da Silva (1972-)

Moça de traços fortes, baixa, olhos arregalados e muito simpática, Ana nos contou um pouco de sua história e a sua participação na associação de rendeiras na cidade de Canaan, a ARTECAN.
Segundo Maria, para se fazer renda é preciso muita paciência além de saber manusear o bilro, uma fruta típica da região que é acoplada a uma semente de buriti.
Ana Maria começou a fazer renda com dez anos de idade, sua mãe quem lhe ensinou. A moça relata também que fazia renda por necessidade: “Eu não tinha roupa. Fazia renda para mim mesma. Fazia saia, top, blusa. Naquela época a gente tinha muita necessidade”, relatou a rendeira. Ela tem três filhas de 15, 16 e 17 anos, e todas sabem fazer renda. Para ela é preciso passar de mãe para filha e não deixar a renda acabar: “Ensinei minhas filhas a fazerem renda. Os jovens de hoje não ligam para isso. É a nossa cultura”, disse Maria.
Para terminar uma peça é preciso 15 dias trabalhando 4 horas diariamente. É um trabalho cansativo, que precisa de agilidade, vontade e paciência. O lucro que as rendeiras ganham é pouco, já que elas custeiam o material, - Isso quando não há um projeto da associação para divulgar o trabalho delas. Sendo assim, a prefeitura, e patrocinadores pagam as despesas do material. Existem vários tipos de renda com vários tipos de linha. Uma delas é a linha matizada, de uma só cor; Também a renda fina, de número 20, que, segundo Maria, é a mais trabalhosa pelo fato da linha ser muito sensível e fina. (Foto à direita)



As rendeiras de Canaan participam de encontros em outras cidade, um desses projetos foi o Projeto São José, onde as rendeiras mostraram seus trabalhos em Fortaleza no Centro de Convenções. Com o aparecimento da Associação, através de uma iniciativa da Cientista Política Rosa de Lima Cunha, as rendeiras obtiveram maiores chances no mercado, além de unificarem suas forças para construir a ARTECAN (Associação de Artesãs e Agricultores de Canaan) que possui mais de 450 rendeiras do distrito trabalhando juntas. Ana Maria nos conta que o bordado fora esquecido pelas rendeiras “atuais”, mas, com a chegada da associação ele voltou com todo gás, através de aulas ministradas pelo SEBRAE.

A produção das rendas é feita através da escolha do mercado. São feitas saias, blusas, tops e saídas de banho. Produtos que foram produzidos para suprir as necessidades do comércio.
Segundo Ana Maria, o mercado paga pouco, mas ela gosta do que faz: “Eu olhava a minha mãe fazer e quis aprender. Era uma ocupação, passava o dia ali... aprendendo. Apesar do lucro ser pouco, eu tenho prazer de fazer renda. É bom demais!”, exclama a rendeira de 38 anos com um sorriso.

Fachada da (Associação de Artesãs e Agricultores de Canaan), ARTECAN


Maria Novinha Farias da Silva (1955-)

Mãe de cinco mulheres e três homens, a senhora de fala mansa, Dona Novinha, como a costumam chamar nos diz que sempre teve o prazer de ensinar as filhas na renda, trabalhar na agricultura e de ser responsável em tudo que faz. Dona Novinha aprendeu a fazer renda com a sua mãe, aos seis anos de idade e nos diz que a sua mãe sempre dizia: “Tudo o que eu tenho é a custa da renda” ; -“Hoje eu não consigo ganhar o que a minha mãe ganhava, a renda perdeu muito o seu valor”, relatou a rendeira de 56 anos.
Todas as suas filhas aprenderam com ela a fazer renda: “Minhas filhas aprenderam renda comigo, eu tive o prazer de ensinar. Elas sentavam do meu lado e tentavam fazer alguma coisa. Tinha a hora pra brincar quando elas eram crianças, mas quando já estavam grandes era preciso trabalhar”, relata Maria Novinha.
Para ela muitas pessoas deixaram de fazer renda, culpa dos preços baixos que as pessoas cobram pelo trabalho árduo. “Poucas pessoas ainda fazem renda, diferente de antigamente, onde todo mundo trabalhava na renda. É barato demais.”. Relatou Maria.
Dona Novinha é uma senhora que sorri bastante e sempre disposta a nos explicar sobre quaisquer duvidas. Apesar de tantas dificuldades, as rendeiras, agricultores, pescadores, sempre possuem grandes histórias que podem valorizar ainda mais a magnitude de se viver. Pessoas humildes, de bom coração, trabalhadores e honestos. Rendeiras que fazem de sua arte uma história de vida para muitos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Andando na cidade e embelezando o mundo!


O Blog Fato apresenta a trajetória da Manicure Maria Jorcilene da Silva Pereira, a Joice, manicure que semeia dignidade e está de bem com a vida. Aos 41 anos, mãe solteira e trabalhadora, percorre vários bairros trabalhando como manicure, mas que não deixa ser vencida pelas dificuldades, acreditando sempre em Deus e na sua perseverança

Almir Moreira
Da Editoria Personagens

Ela acorda todos os dias às seis horas da manhã, percorre os bairros Água Fria, Cidade dos Funcionários, Edson Queiroz e já chegou até a ir em Messejana, voltando às oito horas da noite para casa. Joice, como a chamam, trabalha há 27 anos como manicure, depiladora e atende suas clientes nas suas próprias residências.

Para chegar até seus locais de trabalho no começo, a manicure trabalhava a pé, e brinca: “Eu ia a pé para as casas e ainda de sombrinha, que chique”. Agora Joice usa uma segunda bicicleta Caloi, paga em prestações, já que primeira que tinha fora roubada quando estava trabalhando. A dificuldade de Joice em andar de bicicleta são os motoristas e os ladrões: “O ladrão é porque já me roubaram, os motoristas é porque não respeitam as pessoas que estão na bicicleta, às vezes eu me pergunto: Valha-me Deus! Eu ainda estou ainda na terra?”

Autonomia - Uma mulher de traços fortes, morena, de olhos arregalados e muito religiosa. Joice sorri bastante e sempre está de bom humor. Para ela o trabalho é uma terapia. No começo da carreira, trabalhava em salões de beleza, e ri quando diz que não aguentava nem um mês nos salões. Era um trabalho árduo, existia falsidade, e ganhava pouco já que dividia o dinheiro com o dono do salão: “Hoje eu trabalho pra mim. Vou ao Centro, compro os esmaltes bem baratinhos e não divido o meu dinheiro com ninguém, ganho 12 reais, pé e mão, é uma benção”, relata a manicure, que agradece a Deus pela possibilidade de trabalhar.

Joice tem um filho de 10 anos, do seu primeiro namoro. O pai, segundo Joice, sempre foi ausente e não ajuda no sustento do filho: “Eu trabalho para sustentar meu filho e para ajudar meus pais. Eles que cuidam do Gabriel enquanto eu trabalho”. Além de Gabriel, Joice mora com uma irmã, um irmão, o pai e a mãe em uma casa de dois cômodos.


Histórias- Nos finais de semana, a jovem frequenta cultos religiosos com o filho, apesar de trabalhar aos sábados à tarde, deixando poucos dias para descansar e sair com o Gabriel. Por trabalhar em muitas casas, Joice também conhece muitas histórias, uma delas, a mais triste, foi a de três irmãs, onde duas delas, suas freguesas, morreram de câncer decorrido do uso de cigarro: “Eu tinha três freguesas, uma delas morava aqui em Fortaleza, as outras duas passavam férias na casa da irmã e me chamavam para fazer suas unhas. Conversando com a irmã mais velha, a Lúcia, de 60 anos, descobri que a “Lucinha” e a Luana morreram de câncer. Foi muito triste, as duas eram animadas, de bem com a vida, não sei por que isso aconteceu com elas. É o cigarro”, ressalta a manicure, com os olhos cheios de lágrimas e com ar de saudade.

Joice enfrenta o calor e o sol de Fortaleza. Em plena duas horas da tarde, ela percorre vários bairros em sua bicicleta antiga, com sua mochila, boné, óculos escuros, um blusão e muito protetor solar. Apesar de tantos problemas, a manicure é um exemplo a se seguir. Sorrindo sempre, Joice conquista suas clientes e sempre põe os papos em dia, conhece várias histórias e conta a sua vida difícil. Joice mora no Tancredo Neves e pretende sair de lá por conta das drogas e o medo do filho se envolver com más companhias.

Ela finaliza a entrevista rindo e diz: “Eu vou ser famosa Dona Tina, olha que chique”, relata a manicure, com um sorriso terminando o seu trabalho.

segunda-feira, 28 de março de 2011



Passei anos, meses, dias.. e a procura ainda se renova em cada olhar disposto para as mudanças. Muitos sabem, outros não sabem, a verdadeira forma de se ter, de se conquistar, de ser um, de ser um todo.
Andar por aí a procura não é pecado. É pecado não saber onde achar a porta para grandes e positivas mudanças e ficar na mesmice deste mundo cada vez mais vagabundo e "falsista".

domingo, 27 de março de 2011


Encontra em cada lance de olhar, o sofrimento que constrói uma verdade quase mentirosa. Encontra-s o real saber de se viver; Pra quê? Vejo nos olhos de quem quer ver, a sabedoria dos que não tem, e a verdade dos poucos. Eu vejo o todo completo, no lance de um só olho. No olho de uma única mulher.

sábado, 26 de março de 2011

Encontra-se o outro pelo olhar, pelo cheiro, pelo orgão da música. encontra-se a questão de amar sem devolver amor. e devolva-me o meu amor. há outros amores para se amar. eu te disse que não me importava quando as costas eram viradas para mim, eu sobreviveria, aprendia e viveria. Andei pensando em ti como a luz do sol pensa no dia.
Andei pensando que a vida não para, ela se caminha, ela se esvai em caminhos tortos e compridos; Mas nunca há um final. Nunca existe um fim, apenas o recomeço de cada passo dado, cada metro, quilômeto e cetímetro longe do passado. O novo me conforta, me segue, me encanta. O novo é o amanhã do novo dia. Live With Me, como se o mundo fosse apenas o pequeno canto de nossas vidas. Nossa história começa, e como os caminhos... Não há fim.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O olho

Eu estava lá. Era um lugar cheio de rosas vermelhas, paredes mal pintadas, vasos e mais vasos com desenhos eróticos. Eu estava meeeeesmo.. no lugar onde o sol nasce, na casa das putas, dos drogados, dos ladrões e dos malandros que buscam sexo fácil... aliás, sexo barato.
Tinha gosto pra tudo. Gordinha, sem dente, com dente e de calcinha; Também tinha aquelas metidas, que fumam no bar e te olham com cara de: - não te como, sou mais cara!
Fiquei sentado a maior parte do tempo - vocês devem estar se perguntando, aliás, afirmando: que cara mole!- não tinha condições. as "mina" nao dava. Olhei pra tudo que é lado, tinha os marmajos bonitos, sarados, magros e os "filhas da puta"dos casados.
ÉÉÉ, as alianças 18 quilates, brilhosas e vergonhosas.
Bebi umas cervejas, vi gente conversando e quase transando na frente de todo mundo, aliás, ali era um lugar pra soltar a franga, liberar os instintos e cair no mundo.. mundo do terror, colega.
Depois, passando umas duas horas, fiquei sem graça. Paguei a bebida da Angélica, uma puta de vinte e dois anos, menos feia, mas sem dente... simpática, menina do interior que não achou "emprego bom" na cidade.
Me despedi do lugar escuro. O cabaré ainda estava para começar, as putas e os solteirões, pra não dizer, casadões iam começar o divertimento...
Mas, qual é a graça de se comprar um sexo? Qual a graça de escrever isso? É a falta de tempo, e a falta do que fazer.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Fantoches

Terça-feira, Março 17, 2009

Fantoches.

som gritava alto em minhas amarguras...
Segui o som... Entrei.... Beleza....
Pista cheia, o bar, a mesa,
E eu ali, curtindo as minhas agruras, sozinho fiquei com minha tristeza...

Retornei ao passado e ás minhas lembranças... Revi as festas da vizinhança, e os bailes do meu pedaço...
Dancei bolero agarradinho, dancei o samba bem puladinho, e de uma valsa, o lento compasso...
Abro os olhos, e olho em volta a multidão que passa... "Agito", as luzes coloridas, risos, som "massa" e as meninas dançando, soltas, na pista...
Presto atenção... Será imaginação?
Devo estar insano... São fantoches, bonecas de pano.. Marionetes do som nas mãos de um artista...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Espelhos, cortes, retratos do passo que perpetuam na memória dos passantes amáveis. Inseparáveis sentimentos de raiva, sexo, amor. Sentimentos fundidos no calor do suor, no gole de uma vodka e no trago de um cigarro barato.
Fumaça, trago, fumaça, trago, viagem, olhar e mais olhar e no final de tudo um convite para um quarto pequeno, na troca de corpo sem nenhum compromisso, sem nenhum telefone, e nem um adeus. Sexo, tapa, sexo, tapa, sexo, tapasexo.
Calores que passam e voltam, com um, depois com outro,com essa e com aquela. Do alfabeto, entre A até Z, de Adele a Zeus.
Passei pelos meus proprios caminhos perdidos, me encontrei no centro dos meus pesadelos, perdido, olhando, rodando, tudo está rodando. Escutando I want you dos Beatles, no cigarro, no espelho, no frio do nordeste, no frio abstrato de 30 graus perdidos nas sombras de folhas secas.
Eu queria ser o poeta que não entende seus próprios poemas. O escritor que nunca sabe o final de um livro. Um amante desamável. Um erro comum do ser humano: Existência.
O existencialismo multifacetado na compra. Compra de humanos.Compra de valores, sentimentos, sexo, pele, corpo, mente,lingua e.
Perdemos o foco de tudo por não sabermos o que queremos e o que estamos procurando, e ainda há aquele que se dizem amáveis, intelectuais, que abraçam as verdades e que sabem viver. É o que eu disse: Um erro comum do ser humado: Existência.
Vivemos em um mundo de mentira. Que tudo se acabe. Exploda.Morra.E a vida restrita dos pássaros, no mundo que será só deles, para cada voo, uma nova liberdade e um sentido de existir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Saudade


Me diz o que a saudade consome! Me diz o que o escuro te tira, e o que nao te deixa enxergar. Me diz! Eu nem sei bem o que é a cura para isso mas tento busca-la em algum momento o remédio para amenizar esse ser carente. Me diz dos desejos saudosos, das figuras em cartazes e as fraquezas por conta dos risos.
O que foram as cervejas, cervejas e mais cervejas, mas acompanhadas de risos, amor e lealdade, Me diz!
Eu sinto saudade de quem merece tê-la. A capacidade de amar é fácil, mas de deixar também.
- Cadê o dinheiro? Vamos gente! Cadê as contribuições? Ueeepa Vera Verão! haha
foi bom. é bom. e será sempre bom.

Apenas saudade,


É possível que se entenda as distâncias. A saudade é uma construção que todos os dias se renova, em cada amor, em cada saudade, em cada distância.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bebedeira de um amor mal resolvido

O começo,

Os olhos eram profundos. Castanhos, redondos, belos.
A pele era branca, leve, cinza, anil, suave.
Você foi o tudo mais lindo que a vida me deu. O tudo que a vida me emprestou e já que me deu, tirou-me sem ao menos dar um adeus.
Os namorados se amam, os solteiros se distraem, os amantes se pecam e eu, haha, eu... eu vivo na espreita de te ter como o herói largado.
Eu procurei os nomes, ditei os poemas e até sonhei com Clarice, para poder ter sonetos que te lembram e te guardar em letras nas minhas esperanças.
Eu te levo nas letras de amores mal resolvidos. Te levo nas ruas vazias para as viagens de pensamentos, nos copos de cervejas e nos cigarros, muitos, excitantes cigarros. Te desenho na fumaça dos meus sonhos e no afago da minha bebedeira.
É... você me tornou um fumante, um alcoolatra, mas, me tornaste o único amante de um amor mal resolvido.

sábado, 29 de janeiro de 2011

você foi o meu tempero mais saliente. -que delícia. como diria os amantes das festas. "a noite é nossa". ontem te liguei. necessitei.aprendi que sem você eu nao vivo. vegeto comigo mesmo a procura de ti. preciso do teu corpo. assim... juntinho com o meu. e nas minhas mãos sentir cada parte do teu corpo, cada dobra, cada suor, cada detalhe deste teu corpo que transpira apenas a vontade de te querer todos os dias.
um vinho,um cigarro, uma cama e nós. juntos. segurar nos teus cabelos e levá-los para meu afago, sentir de perto o teu cheiro mais doce, mais puro dos teus cabelos castanhos dourados. você é linda. te digo sempre. você é linda.
mulheres bonitas, cheirosas, sensuais. mulher.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ele era um menino. Seus sonhos eram recortes de esperanças mal resolvidas, largadas no meio perdido de um todo incompleto. Ele. Quem diria. EEEle, que viveu sua vida modificando as suas próprias vontades na querença dos outros e acabou cedendo pela força de pessoas incompletas e vazias, tornando-se um vazio ambulante com uma vida regada a mentira. Ele viveu. Vive. Sobrevive!
Luciana, Suelen, Monica, Maria, Josefina. As mulheres de sua vida. Aliás, aquelas que passaram em suas mãos e foram largadas pelo poder maior. A escolha. haha, eu disse a escolha. Mas como pode alguém vazio ter o poder de escolha? -Não sei. Achar que tudo é fácil, pensamento dele. Pensamento errado. Aprovou a escolha do não amor, e fora largado no meio de tantos outros sem ter pra onde ir. Mentira. Não, não é.
Quanto mais se achava certo, mais se estava errado, acabou que virou conto, lido por coitados perdidos que nem ele. Uni-vos.