segunda-feira, 16 de maio de 2011

Foi-se a escrita mais áspera que eu já li. Foi-se a firmeza de um sangue meio que esquecido, mantido pelas indeferenças e pela distancia. Foi-se a autora de poemas e cronicas dos grandes pescadores, do Rio, de Fortaleza, do Brasil.


Escrevia, corrigia, falava que nao tava bem e mandava: reescreva. Fitando o horizonte, mergulhando nas preces da salvaçao e na frieza dos olhos que percebiam qualquer coisa.
Nao tínhamos contato proximo, tinhamos contato na escrita e nos desejos de lapis e papel.
E foi-se num repentino momento, nem a saudade, nem um adeus, apenas cartas e lembranças da mae de meu pai, minha avó Rita, que se foi hoje deixando apenas a escrita nos dedos de seu sangue.

Foi-se.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente essa é a vida. Vivemos para morrer, morremos por viver. Luto, uma palavra qual define várias coisas, entre elas o sentimento de perda, geralmente algo que nos marca profundamente. Nós fazemos o que podemos, mais infelizmente é assim.