quinta-feira, 24 de março de 2011

O olho

Eu estava lá. Era um lugar cheio de rosas vermelhas, paredes mal pintadas, vasos e mais vasos com desenhos eróticos. Eu estava meeeeesmo.. no lugar onde o sol nasce, na casa das putas, dos drogados, dos ladrões e dos malandros que buscam sexo fácil... aliás, sexo barato.
Tinha gosto pra tudo. Gordinha, sem dente, com dente e de calcinha; Também tinha aquelas metidas, que fumam no bar e te olham com cara de: - não te como, sou mais cara!
Fiquei sentado a maior parte do tempo - vocês devem estar se perguntando, aliás, afirmando: que cara mole!- não tinha condições. as "mina" nao dava. Olhei pra tudo que é lado, tinha os marmajos bonitos, sarados, magros e os "filhas da puta"dos casados.
ÉÉÉ, as alianças 18 quilates, brilhosas e vergonhosas.
Bebi umas cervejas, vi gente conversando e quase transando na frente de todo mundo, aliás, ali era um lugar pra soltar a franga, liberar os instintos e cair no mundo.. mundo do terror, colega.
Depois, passando umas duas horas, fiquei sem graça. Paguei a bebida da Angélica, uma puta de vinte e dois anos, menos feia, mas sem dente... simpática, menina do interior que não achou "emprego bom" na cidade.
Me despedi do lugar escuro. O cabaré ainda estava para começar, as putas e os solteirões, pra não dizer, casadões iam começar o divertimento...
Mas, qual é a graça de se comprar um sexo? Qual a graça de escrever isso? É a falta de tempo, e a falta do que fazer.

Um comentário:

Miqueias disse...

A falta de afeto às vezes explica a comercialização de "sentimentos" momentâneos. Mas comércio é comércio, bom mesmo quando é natural, verdadeiro. Texto bacana!