segunda-feira, 16 de maio de 2011

Foi-se a escrita mais áspera que eu já li. Foi-se a firmeza de um sangue meio que esquecido, mantido pelas indeferenças e pela distancia. Foi-se a autora de poemas e cronicas dos grandes pescadores, do Rio, de Fortaleza, do Brasil.


Escrevia, corrigia, falava que nao tava bem e mandava: reescreva. Fitando o horizonte, mergulhando nas preces da salvaçao e na frieza dos olhos que percebiam qualquer coisa.
Nao tínhamos contato proximo, tinhamos contato na escrita e nos desejos de lapis e papel.
E foi-se num repentino momento, nem a saudade, nem um adeus, apenas cartas e lembranças da mae de meu pai, minha avó Rita, que se foi hoje deixando apenas a escrita nos dedos de seu sangue.

Foi-se.

terça-feira, 3 de maio de 2011

pessoas que constroem vazios. vazios repletos de conteúdos solitários e abstratos. pessoas pálidas, sem sangue, sem ar, mecanicas ou manuais, dia noite, noite, tarde. controle remoto. vai e vem. pessoas controladas, pessoas ricas e pobres na moral.

que nem ondas, elas vao e vem. sempre as mesmas, grandes, médias ou pequenas os homens sempre sao os mesmos. pequenos, médios.. e pequenos.
o mundo ja foi o utero da sabedoria, hoje é apenas o escárnio da maldade alheia
.:.
Fez o sol nessa primavera tao linda, o ceu cinza se foi, a chuva passou, os tormentos, frio, barulho, trovao, clarao. O sol nasce, os passaros cantam, dia lindo, pessoas andando, criancas brincando, carros passando e no canto... bem no canto, na sombra de um lixo, um homem de 50 anos: esquecido, jogado, humilhado. O belo sempre esconde nos seus cantos o lado cinza dos dias claros. Os dias belos se foram, hoje, apenas, ilusao para aqueles falsos cegos, aqueles que nos chamamos de eu