quinta-feira, 25 de março de 2010



O caminho parece ser grande, o final distante. O andar já atropela os sentidos, o cansaço consome mais o meu ar.
Eu ando, no meio do sertão "sem ter nem pra quê", sem ter onde chegar, sem um final, uma chegada e alguém me esperando de mãos suadas cheias de saudade.
Eu ando pelos matos secos, vejo pedras, o chão batido de calor rebate à mim a chama do sol nos meus olhos cansados.
Eu ando com a saudade dos meus tempos de bom moço, dos rabiscos que um dia fui e agora já não sou mais, e sempre tem alguém que fala que tudo um dia ficará bem; Mas o bem nunca vem, e eu não espero, não gosto de ilusões. Ja me acostumei com a desgraça da vida. A desgraça que acompanha a minha vida.
Eu andei por léguas, conheci lugares que nunca pensei que fosse conhecer e me apaixonei por várias mulheres, caseiras, rendeiras, artesãs e todas com o simples ar do sertão.
Nessas minhas andanças, por aí busquei o que não existia e sempre na morte fria do calor e de tudo que era morto ao redor, eu vi a flor mais bela no meio de tantos corpos secos, no meio de um chão alaranjado sem vida. Andei por milhares de caminhos para a achar a flor mais bonita, que mora até hoje nos meus dias assim, sem destino.

quarta-feira, 17 de março de 2010


os sorrisos são no todo a contemplação da esperança que brota no universo cheio do caos humano. a morte é apenas a divindade da paz, nesse mundo que a cada dia se torna mais louco