
Eu te vi no meu espelho. Vi que as lembranças ainda continuam no ar quente da água morna. Vi teus passos em meu tapete, minhas, tuas, nossas roupas jogadas na sala. O que é, o que foi que.. a tua presença ainda continua tão temível e ao mesmo tempo esperançosa. O que foi? O que os carros me dizem, parados em um mesmo lugar? O que tantos pássaros brancos passam, param, pousam sobre mim. O que parece ser fácil, se torna confuso. É preciso um dicionário para ler tantos adjetivos, tantos substantivos do verbo amar.
Ontem eu fiz festa. Da comida à bebida. Tua presença estava ali, sobrepondo meu ar de esquecimento, dando à ele uma angústia silenciosa no meio de tanto barulho. No final de tudo, tantas garrafas, tantas latas, tantos maços e fiascos de cigarro. No final, eu.
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